terça-feira, 22 de março de 2016

Dilma segura ministro, mas não evita trocas na cúpula do Esporte

BRASIL

Dilma segura ministro, mas não evita trocas na cúpula do Esporte
George Hilton vai mudar três dos quatro secretários do ministério - eles foram indicados pelo PRB, que tende a votar contra a presidente na comissão do impeachment


Por: Felipe Frazão, de Brasília21/03/2016 às 19:00 - Atualizado em 21/03/2016 às 19:03



O ministro do Esporte, George Hilton, ao assumir o cargo - 02/01/2015(Eduardo Anizelli/Folhapress)




Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter convencido o ministro do Esporte, George Hilton, a ficar no cargo e a trocar o PRB - primeiro partido a debandar da base governista - pelo PROS, três dos quatro principais secretários do ministério estão à espera da demissão: o número dois da pasta, Marcos Jorge de Lima (Executivo), Rogério Hamam (Futebol e Direitos do Torcedor) e Carlos Geraldo Santana de Oliveira (Inclusão Social). Hilton ainda não definiu com a presidente os nomes dos substitutos, conforme assessores. Mas o único remanescente deve ser, mais uma vez, Ricardo Leyser (Alto Rendimento), homem-forte no ministério desde os tempos do PCdoB.


Os três secretários de saída foram indicados pelo PRB e, segundo o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, aguardam apenas a confirmação dos substitutos para sair do governo. Pereira disse que pediu, no fim de semana, que Marcos Jorge, Rogério Hamam e Carlos Geraldo esperassem até esta segunda por uma decisão da presidente. "Não podemos abandonar o barco e ir para casa porque temos a responsabilidade de tocar o trabalho das Olimpíadas e do ministério. Mas é uma questão de dias, e espero que seja o quanto antes", disse Pereira ao site de VEJA. "O partido colocou todos os cargos à disposição. O ministro saiu do partido e quer ficar [no ministério], mas não sei se vai permanecer. Se algum dos secretários ficar, a gente vai ter que verificar a situação deles no partido. Quero crer que todos vão acompanhar a decisão partidária."


A troca dos secretários na cúpula do Ministério do Esporte é dada como certa tanto por assessores de Hilton quanto pela cúpula do PRB por causa da forma ruidosa com que o ministro deixou o partido. Ele anunciou pelas redes sociais a filiação ao PROS na sexta-feira à noite, minutos depois de Marcos Pereira publicar nota em que garantia que o ministro redigira uma "carta de demissão" a Dilma. Mas Hilton havia se reunido com a presidente antes e costurado o ingresso no PROS para permanecer no ministério. O entorno do ministro interpretou a nota do PRB como uma tentativa de pressão pública para que ele abandonasse o cargo. Pereira nega.


O presidente do PRB disse que jantou com o ministro na última segunda-feira em Brasília e depois o manteve informado, por telefone e mensagens de Whatsapp, sobre todos os passos até decidir por deixar a base de Dilma e adotar a postura de independência no Congresso Nacional. Segundo Marcos Pereira, o ministro foi consultado antes sobre a redação da nota de demissão e respondeu, "com voz abatida", que "não estava confortável" em assinar a nota, mas não se opôs à iniciativa e concordou com o conteúdo. "Em todos os momentos eu conversei com ele. Fui transparente. Tenho as conversas registradas", disse Pereira.


Pereira afirmou que ele e a bancada do PRB foram, em seguida, surpreendidos pelo ministro. "Ele nem sequer teve a coragem de me ligar. Ele mandou e-mail dizendo que não tinha como ficar no partido, que queria ajudar a presidente porque ela foi muito correta com ele. E que se ele ficasse, iria constranger os colegas. Então para que o PRB exercesse legitimamente o direito de ser independente ele estava se desligando. É a aposta dele. Eu lamento."


O presidente do PRB disse que chegou a oferecer a Hilton que, na condição de ex-ministro, se mantivesse na base governista quando regressasse à Câmara ou que assumisse a presidência da Comissão de Esporte. Hilton rejeitou. De volta ao Legislativo, ele se somaria à bancada de 21 deputados do PRB e poderia garantir mais cargos ao partido no rateio interno das comissões.


Na avaliação de Marcos Pereira, os dois integrantes do PRB na comissão especial do impeachment "tendem a votar contra Dilma", embora a bancada ainda não tenha deliberado sobre como votar quando a decisão couber ao plenário. No ano passado, Dilma entregou o ministério com a maior vitrine de 2016 a Hilton, pastor da Igreja Universal e sem vínculos mais profundos com esportes, como contrapartida ao apoio eleitoral do PRB. Agora, a menos de cinco meses dos Jogos Olímpicos, ficou com o ministro no cargo - e sem o PRB na base.















"Os Dez Mandamentos - O filme" na Fundação Casa



Longa foi exibido para 189 jovens e familiares


publicado em 18/03/2016 às 13:00.
Por Eduardo Prestes / Fotos: Marcelo Alves




O longa "Os Dez Mandamentos - O Filme" já ultrapassou a marca de 8,3 milhões de espectadores. Mas, além dos recordes, a superprodução da Paris Filmes também chega a quem está privado da liberdade.


No último dia 15 de março, o filme foi exibido dentro da Fundação Casa, na unidade Topázio, no bairro do Brás, na capital paulista, para 189 jovens, de 13 a 17 anos, que aguardam audiência para saber se terão que cumprir medidas socioeducativas ou se ganham a liberdade. “A exibição dentro da Fundação Casa é um fato inédito. Pela primeira vez um filme que está em cartaz nos cinemas foi exibido aqui. Os jovens estavam ansiosos para assistir”, afirma o coordenador pedagógico da unidade, Anderson Rodrigues da Silva, de 32 anos.


De acordo com a diretora da unidade, Rosângela Lima Marinelli, de 44 anos, o evento foi firmado depois que voluntários da Universal fizeram a proposta de apresentação do filme. “Achamos importante passar ‘Os Dez Mandamentos’ para os meninos, pois ele retrata isso, pessoas que estão privadas da liberdade. É uma oportunidade para que os jovens façam uma reflexão para as suas vidas”, disse.




Além dos internos, alguns pais puderam acompanhar a exibição. Para um deles, o comerciante José Bonifácio da Silva, de 42 anos (assim como para alguns dos jovens), foi a primeira vez que assistiu a uma sessão de cinema. “Foi importante para passar um tempo ao lado do meu filho, que está aqui há 20 dias. Eu gostei muito do filme e acho que ele também gostou”, disse. Para Alberto (nome fictício do filho), de 15 anos, o longa passa uma mensagem fundamental: “A importância da verdade para ser livre. Assistir a um filme também é diferente do que a gente faz aqui, da aula, do futebol”, comentou.


Segundo o responsável pelo trabalho social da Universal dentro da Fundação Casa, Geraldo Vilhena, de 64 anos, a ideia era dar aos meninos tudo o que um cinema de verdade reserva. “A realização do evento só foi possível por meio da ajuda de diversos parceiros que colocaram à disposição os equipamentos como o telão, as caixas acústicas, o projetor, os carrinhos de pipoca, refrigerantes e também dos voluntários que trabalharam. A ideia é fazer outros eventos desse tipo.”


O portal de notícias da Fundação Casa publicou matéria destacando o evento.

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