segunda-feira, 21 de março de 2016

Corrupção no Brasil


Corrupção no Brasil
18 DE MARÇO DE 2016





Depois de tantos anos de sucessivos escândalos de corrupção, a sociedade brasileira está cansada de tamanha bandalheira. Ninguém suporta mais tanto desvio de dinheiro público.

Contudo, para além do prejuízo aos cofres públicos, da falta de pudor de políticos que não honram a confiança neles depositada, há uma perda muito maior e que poderá comprometer de modo ainda mais grave e profundo o futuro de nosso país.
É certo que a corrupção não é um privilégio apenas dos políticos brasileiros. Levantamento de 2014 apontou que, na Europa, escorrem para os bolsos de larápios de terno e gravata, por ano, quase R$ 390 bilhões. É muito dinheiro, mas faz os corruptos do Velho Continente parecerem estagiários em comparação aos nossos venais de verde e amarelo.

Estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) do ano de 2010 – ou seja, que nem alcança os recentes e bilionários desvios da Petrobrás, da compra e manutenção de trens em São Paulo e do esquema de anulação de dívidas tributárias de grandes empresas – apurou que a corrupção pode roubar até 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil anualmente. Simplificando: de cada R$ 100 que os empresários e os trabalhadores brasileiros produzem, cerca de R$ 2 vão para as mãos sujas de um corrupto.

Há quem defenda que o Brasil não está mais despudorado que no passado, e que há apenas uma maior vigilância e mais divulgação dos malfeitos.

Talvez isso também esteja ocorrendo. As instituições estão funcionando com maior rigor. Poder Judiciário, Ministério Público, polícias, cada qual tem dado sucessivas demonstrações de eficiência e louvável obstinação. Quando em nossa história tivemos tantos políticos e ricos empresários atrás das grades?

Mesmo no âmbito da Presidência de República e de muitos governadores e prefeitos, ou no Poder Legislativo – do Congresso Nacional às Câmaras Municipais – percebe-se um sincero desconforto com tantas notícias de desvios. Leis mais duras têm sido aprovadas, novos mecanismos de controle foram implementados.

Porém, é um enredo já conhecido. Quando uma nova denúncia vem à tona, segue-se a atuação severa da alguma autoridade. Depois das manchetes escandalosas, vêm as declarações indignadas de políticos e colunistas. Mais investigações, novas revelações bombásticas. Alguém é preso, logo depois solto. Novas leis são aprovadas a toque de caixa, até tudo cair no mais ensurdecedor esquecimento.

Estes corruptos da moda, que estão por aí, despudoradamente frequentando o noticiário e revelando desvios da maior empresa estatal brasileira, um dia serão julgados. Os inocentes serão absolvidos e os culpados serão condenados.
Tudo isso serve ao nosso presente e a um justo, porém momentâneo sentimento social de vingança.
Mas o que nos preocupa não é apenas a quantidade de dinheiro que os políticos e empresários estão roubando, tampouco a pena que merecerão cumprir.

O mais cruel, o maior crime que eles estão cometendo, e que nem o mais obstinado magistrado conseguirá restaurar para o povo brasileiro, é o nosso futuro. Que país nós teremos depois de tantos maus exemplos? Que tipo de empresários, políticos e servidores públicos podemos esperar?

Geração após geração, os brasileiros vão se acostumando com a banalização de tanta imoralidade.
Tal qual um câncer social, a corrupção se espalhou como a doença que contamina e mata as células saudáveis, substituindo-as por outras corrompidas.

Assim, bons empreiteiros são preteridos por empresários corruptos em licitações fraudulentas. Bons políticos dão vaga para ladrões sustentados pelo desvio de dinheiro público. Funcionários honestos não conseguem progredir na carreira porque são substituídos por outros que se vendem.

Este é exemplo perverso que estamos passando aos jovens, aos estudantes.

Que tipo de cidadão almejará participar de eleições daqui para a frente?

Temos que assumir urgentemente um compromisso com o nosso futuro. Precisamos firmar um acordo com nossos filhos, nossos netos e os filhos deles que, um dia, assumirão nosso país.

Vamos valorizar os bons políticos e premiá-los com mais votos.

Apoiar as empresas que respeitam as regras do mercado e as leis, fazendo-as prosperar e crescer ainda mais.

Precisamos exigir que os servidores públicos honestos possam ascender em suas carreiras, de acordo com seus próprios méritos e competência.

A história julga as civilizações por sua herança, por aquilo que deixam de legado para as futuras gerações.

Se não repensarmos imediatamente o modo como tratamos o dinheiro público, nós, brasileiros, não sentiremos nenhum orgulho do veredito reservado para nossa conduta nestes primeiros anos do século 21.





"Os Dez Mandamentos - O filme" na Fundação Casa


Longa foi exibido para 189 jovens e familiares


publicado em 18/03/2016 às 13:00.
Por Eduardo Prestes / Fotos: Marcelo Alves





O longa "Os Dez Mandamentos - O Filme" já ultrapassou a marca de 8,3 milhões de espectadores. Mas, além dos recordes, a superprodução da Paris Filmes também chega a quem está privado da liberdade.


No último dia 15 de março, o filme foi exibido dentro da Fundação Casa, na unidade Topázio, no bairro do Brás, na capital paulista, para 189 jovens, de 13 a 17 anos, que aguardam audiência para saber se terão que cumprir medidas socioeducativas ou se ganham a liberdade. “A exibição dentro da Fundação Casa é um fato inédito. Pela primeira vez um filme que está em cartaz nos cinemas foi exibido aqui. Os jovens estavam ansiosos para assistir”, afirma o coordenador pedagógico da unidade, Anderson Rodrigues da Silva, de 32 anos.


De acordo com a diretora da unidade, Rosângela Lima Marinelli, de 44 anos, o evento foi firmado depois que voluntários da Universal fizeram a proposta de apresentação do filme. “Achamos importante passar ‘Os Dez Mandamentos’ para os meninos, pois ele retrata isso, pessoas que estão privadas da liberdade. É uma oportunidade para que os jovens façam uma reflexão para as suas vidas”, disse.



Além dos internos, alguns pais puderam acompanhar a exibição. Para um deles, o comerciante José Bonifácio da Silva, de 42 anos (assim como para alguns dos jovens), foi a primeira vez que assistiu a uma sessão de cinema. “Foi importante para passar um tempo ao lado do meu filho, que está aqui há 20 dias. Eu gostei muito do filme e acho que ele também gostou”, disse. Para Alberto (nome fictício do filho), de 15 anos, o longa passa uma mensagem fundamental: “A importância da verdade para ser livre. Assistir a um filme também é diferente do que a gente faz aqui, da aula, do futebol”, comentou.


Segundo o responsável pelo trabalho social da Universal dentro da Fundação Casa, Geraldo Vilhena, de 64 anos, a ideia era dar aos meninos tudo o que um cinema de verdade reserva. “A realização do evento só foi possível por meio da ajuda de diversos parceiros que colocaram à disposição os equipamentos como o telão, as caixas acústicas, o projetor, os carrinhos de pipoca, refrigerantes e também dos voluntários que trabalharam. A ideia é fazer outros eventos desse tipo.”


O portal de notícias da Fundação Casa publicou matéria destacando o evento.

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